Cenário
Atualmente, muitos dos produtos disponibilizados pelo mercado, desde uma simples lâmpada, brinquedo ou celular, até automóveis e aviões, incluem algum tipo de componente eletrônico. Isso sem falar da aplicação da microeletrônica na automação industrial, agropecuária, logística e saúde. Nesse ultimo caso, por exemplo, ampliando a precisão de diagnósticos e tratamentos.
Em um mundo globalizado e altamente competitivo, apresentar aos consumidores produtos cada vez mais inovadores tornou-se uma questão de sobreviência para muitas empresas, definindo segmentos inteiros. Muitos desses produtos são compostos por circuitos integrados dedicados que, por sua vez, representam uma parcela crescente de seus custos. A área de semicondutores impõem-se, portanto, como um setor estratégico para a economia, sustentabilidade e autonomia nacional.
No entanto, estudo divulgado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) em 2011, informa que menos de 30% dos produtos exportados pelo Brasil apresentam algum componente tecnológico. A maioria é composta por produtos de baixa intensidade tecnológica, como commodities, produtos intensivos em mão de obra e recursos naturais, o que impacta diretamente no equilíbrio da balança comercial brasileira.
Tendo em vista esse contexto e suas implicações no desenvolvimento das políticas sócioeconômicas e ambientais, o governo brasileiro estabeleceu como uma de suas metas, inserir o país no cenário internacional de semicondutores. A partir de estudos, definiu como pontos críticos do ecossistema nacional de Circuitos Integrados, a escassez de projetistas, alimentada pela ausência de empresas focadas em projetos e desenvolvimento de CI no país.
A fim de reverter esse quadro, o MCTI desenvolveu o programa CI-Brasil, abordando cada um desses pontos críticos com uma estratégia específica: capacitar projetistas de CI, oferecendo ao mercado mão de obra especializada em projetar circuitos integrados. Simultaneamente, apoiou a criação e desenvolvimeto de empresas focadas em desenvolver projetos de CI no Brasil. Atualmente, ao passo em que mantém e apoia essas duas estratégias, atua intensamente na atração, para o país, de indústrias multinacionais de semicondutores.
Dessa maneira, os projetistas capacitados suprem a necessidade de mão de obra das empresas de desenvolvimento de projetos de CI e atuam como um dos atrativos para a indústria de semicondutores, alimentando o ciclo de CI no Brasil. Atuando em parceria com investimentos em Inovação Tecnológica, Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia e contando com o apoio de projetos como Sibratec e Ambientrônic, a perspectiva é que o país amplie progressivamente a oferta de produtos com maior intensidade tecnológica.